terça-feira, 23 de março de 2010

sexta-feira, 19 de março de 2010

Emoções


Emoções que rasgam como se fossem carícias,

Que curam e descuram,

Que afagam e golpeam.

Como este tempo, que molha e seca,

Que queima e ensopa.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Quando vens?

Se tu vieres às quatro, às três eu já começo a ser feliz...

quinta-feira, 11 de março de 2010

Um dia igual a sempre



No ar um rumor de que algo vai mal.

Os moinhos de vento mais agitados...

Um olhar cúmplice no autocarro (barba).

Uma lufada de ar gelado a acordar-me os pulmões.

Um cigarro fumado ao sol que aquece o ar frio à minha volta.

Uma sesta aconchegada em doce companhia...

Foi assim o meu dia.

terça-feira, 9 de março de 2010

Isto aqui


Bem, para que saibam que a minha vida aqui está mesmo a ajustar-se, ainda que os meus períodos de silêncio demorados assim o indiquem, vou contar-vos um pouco da vida de todos os dias, aparte a festa e o ócio.

Normalmente saio de casa cedo, bem, 8:30 não será muito cedo, mas se comparar com o horário de Coimbra... normalmente vou para o Campus com a Ana que, como já vos disse, é muito parecida com a Rita, e no que toca à condução está especialmente próxima, es que se queda muy nerviosa con todo, sabes? o que faz das viagens tudo menos enfadonhas.

O Campus é uma pequena cidade pensada exclusivamente para a Universidade, desde as residências aos bares, desde os campos de desporto aos serviços de saúde, tudo parece ter sido pensado para os estudantes, professores e todo o pessoal necessário para fazer funcionar este lugar. Os jardins são riquíssimos e o ambiente é muito agradável.

No meu departamento trabalha-se tão bem que nem parece trabalho. Chego, trato de ligar os aparelhos, se ainda ninguém ligou, desço para tomar café com o pessoal de aí, voltamos, ligamos o rádio e competimos pelo troféu de peor cantante del lab. Se por algum acaso o telefone toca, calamos, baixamos o rádio e quem está mais próximo atende com um tom muito sério: Química-Física! Nunca é ninguém importante, mas convém, ao menos ao telefone, manter alguma postura!

O resto fica para outro dia, que agora morro de sono.

beijos com muitas saudades

segunda-feira, 1 de março de 2010

Vida tão estranha




Já passou um mês! Parece que cheguei ontem mas já passou uma mês. Os lugares deixam de ser completamente novos e as pessoas começam a ser familiares. Surge já o sentimento do conforto de casa e dos lugares que já chamo meus! O voo das cegonhas já não é estranho e a cor quente do tijolo de Alcalá, o cheiro doce faz-me pensar que o meu lugar é aqui. Ainda não vejo os monstros, que mais não são do que moinhos de vento, mas, ajude-me Don Quixote e o seu fiel Sancho, que, quando me for a um "lugar da Mancha, de cujo nome não quero lembrar-me" hei-de vê-los eu também!
A vida é um lugar estranho, que nos atira de um lado para o outro e, às vezes, obriga-nos a deixar pessoas e coisas para trás. Há coisas que nunca mudam, mas sim, feliz, ou infelizmente, HÁ COISAS QUE MUDAM... posso lamentar, mas é melhor que não o faça, pelas coisas que perdi ou que simplesmente deixei. Porque o meu rumo é o norte, e não vale a pena olhar para trás. Mais vale estender as asas, qual cegonha em trânsito que ruma a África e nos olhos leva ainda a imagem do ninho no cimo da torre da igreja cor de terra, cor de vida! Mais vale fitar o horizonte longínquo sem saber para onde vou a seguir e continuar a acreditar, razoavelmente ou não, que o meu ninho está ainda de pé, à espera que eu ou a vida me faça voltar!