segunda-feira, 1 de março de 2010

Vida tão estranha




Já passou um mês! Parece que cheguei ontem mas já passou uma mês. Os lugares deixam de ser completamente novos e as pessoas começam a ser familiares. Surge já o sentimento do conforto de casa e dos lugares que já chamo meus! O voo das cegonhas já não é estranho e a cor quente do tijolo de Alcalá, o cheiro doce faz-me pensar que o meu lugar é aqui. Ainda não vejo os monstros, que mais não são do que moinhos de vento, mas, ajude-me Don Quixote e o seu fiel Sancho, que, quando me for a um "lugar da Mancha, de cujo nome não quero lembrar-me" hei-de vê-los eu também!
A vida é um lugar estranho, que nos atira de um lado para o outro e, às vezes, obriga-nos a deixar pessoas e coisas para trás. Há coisas que nunca mudam, mas sim, feliz, ou infelizmente, HÁ COISAS QUE MUDAM... posso lamentar, mas é melhor que não o faça, pelas coisas que perdi ou que simplesmente deixei. Porque o meu rumo é o norte, e não vale a pena olhar para trás. Mais vale estender as asas, qual cegonha em trânsito que ruma a África e nos olhos leva ainda a imagem do ninho no cimo da torre da igreja cor de terra, cor de vida! Mais vale fitar o horizonte longínquo sem saber para onde vou a seguir e continuar a acreditar, razoavelmente ou não, que o meu ninho está ainda de pé, à espera que eu ou a vida me faça voltar!

Sem comentários:

Enviar um comentário