sábado, 30 de janeiro de 2010

Cap. 4 Chegar a Alcalá (Parte II)


Bem, lá me instalei, finalmente, como deve ser! A casa é porreira, o meu quarto não é muito grande mas dá perfeitamente. O único problema é a minha senhoria, que raramente está, mas quando está é tão chata, mas tão chata, que ainda agora cheguei e já não a suporto, e vocês sabem que eu até sou uma pessoa paciente! Está sempre a dizer-me como faço tudo: como lavo a loiça, como limpo a banca, há 3 panos diferentes, um para lavar a banca, um para secar outro para secar as mãos; há um pano só para o fogão, um só para o micro-ondas, como se liga a torneira, como se desliga... Vejam bem que até queria vir ensinar-me a abrir uma janela de correr! E, não sei porquê, não suporta o Damien... Acha que ele é meu novio e que n pode estar aqui "la habitación es solo para una pelsona! no pala dos pelsonas! Antonio no dice nada pelo lo piensa!" enfim, assim que puder mudo-me! Já tenho um sítio em vista muito bom, mas falarei disso depois.

Na noite em que vim o Damien não tinha onde ficar. Já tinha arranjado quarto mas só podia mudar-se no dia seguinte, e no hotel onde tinha ficado estes dias já tinham reservas anteriores e estava cheio, por isso, desse por onde desse ele tinha de ficar aqui em casa. Assim foi, ele veio cá, jantámos, ele ajudou-me a desfazer as malas e dissemos que íamos tomar café, porque sabíamos que quando voltássemos já toda a gente estaria a dormir.

Fomos tomar café a uma cafeteria na Calle Mayor e descobrimos um sítio que farei questão de fotografar para vos enviar: um banco de jardim onde estão sentadas duas figuras que marcam todos os cantos de Alcalá, Don Quixote de La Mancha e Sancho Pança, o seu fiel escudeiro! muito giros mesmo! Entrámos num barzeco muito antigo, mas lindíssimo, com pormenores muito bem conservados, espelhos, molduras, quadros... muito giro mesmo. O Damien pediu uma Coronita e eu queria só um café, a máquina é que já estava desligada, mas o senhor diz-me que se eu não me importasse, fazia-me o café no microondas. Eu, como estava cheia de frio e só queria qualquer coisa quente, disse-lhe que não me importava, mal sabia eu que daí a um minuto o homem estava entregar-me um copo de leite mais quente do que ferro fundido com um pacotinho de Nescafé descafeinado! :s Claro que eu e o Damien desatámos a rir, mas lá bebi o leite com café, que até soube muito bem!

Na quinta-feira fomos finalmente à faculdade! Encontrámos o Prof. Esteso e combinámos começar a trabalhar na próxima segunda-feira, dia 1 de Fevereiro! Mas o mais interessante foi conhecer todo o campus, que é, no mínimo, fantástico (é quase uma mini cidade construída para a universidade) e conhecer o meu tutor e os amigos. Dani del Blanco, Gonzalo Bas e Miguél, mais conhecido por Micky... e sobre este assunto, não digo, para já, mais nada!

De tarde fui ajudar o Damien nas mudanças para o apartamento que ele arranjou e conheci a Gabi e as lituanas: a Raza, a Biquita (não sei se se escreve assim...) e a Wilma. Quanto ás moças loiras e segundo elas, muito exóticas, estavam loucas com o Damien e não o largaram, ele próprio já se estava a sentir incomodado, a Gabi é muito fixe! É de Viseu e estuda Arquitectura na Covilhã, está cá desde o início do ano e adora isto, por isso é uma óptima guia! Está a tentar fazer Almeida Garret para o ano em Coimbra... Eu aconselhei, claro!

Quinta-feira à noite, um grupo de estudantes estrangeiros, um bar para ERASMUS, claro que fomos ao Gabannabar, ainda que só para ver como aquilo é. Infelizmente, e porque as lituanas não se despacharam, a beber uma mistela-de-borra-de-café-com-um-licor-ou-uma-merda-qualquer, quando lá chegamos já tinha passado a happy hour, em que os estudantes estrangeiros têm à pala sangria, cerveja e chupitos, por isso lá pedimos uma Budweiser, que era a cerveja mais normal que lá havia (já que eu tinha bebido uma Amstel de pressão ao almoço que morreu a sair do barril). Não era má, a cerveja, mas custou-nos 3,00 EUROS (Fooooooooooda-sssssssse) e era de 30 cl. Não deu para nada, mas, à tugas, também não pedimos mais nada. Lá no bar foi muito fixe mesmo, mas a tensão sexual ali dentro é uma coisa incrível. Um preto veio ter comigo e com a Gabi a jurar que tinha estado connosco a semana passada em Toledo ou em Leon, já não me lembro, ao que nós dissemos que sim e ignoramos o tipo, que era bastante melga e feio. As lituanas rondavam o nosso português, mas como ele não lhes pagava nada, lá se viravam de vez em quando para outros territórios... eu acabei a noite a falar com um italiano, cujo nome já não me lembro, mas que ficou muito feliz por eu falar italiano e conhecia de Portugal o Fado e os Portishead! (?) Achei melhor não contrariar...



E foi a primeira festa nesta Espanha louca! Mas a mim cheira-me que foi a primeira de muitas, muitas, muitas... e com histórias a perder de vista!


PS: Desculpem a péssima qualidade da foto. Mas não havia máquinas, só telemóveis...
PS2: Acreditem ou não, não passou 'I gotta feeling' uma única vez!


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