Após a experiência ERASMUS há um período de latência de um bichinho que nos manda sair de casa para um sítio qualquer. O meu período foi de cerca de um ano. assim, decidi que 2010 seria o ano de fazer um estágio Leonardo Da Vinci noutro país. O estado europeu desta vez contemplado foi Espanha! É pertinho, fácil de ir e voltar, boa oportunidade profissional... OK, vamos lá!
Concorri, com o meu amigo Damien, ambos convictos que conseguiriamos duas bolsas para irmos juntos. E começam aqui os contratempos: sai o resultado que so me atribui bolsa a mim, ficando ele suplente. Mas, a vida tem destas coisa e, umas semanas deposi, alguém desiste de um estágio e ele consegue bolsa! OK, tudo como planeado, vamos os 2!
Nesta altura (Outubro 2009) era ainda cedo para tudo, mas, como tempo nunca é demais, fui começando a ver que possibilidaes teríamos de arranjar um apartamento para nos instalarmos. Sorte monumental, nesse mesmo dia acabava de ser publicado um anúncio de um apartamento fantástico, óptimas condições a um preço no mínimo irresistível! Quando a esmola é muita, o pobre desconfia, mas com os e-mails trocados com a dona do apartamento, actualmente a morar em Londres, com os nomes das agências mediadoras, de uma reputação credível, tudo parecia muito claro e legal: nós pagáva-mos o primeiro mês de renda através da agência internacional de transferências de dinheiro, era-nos remetido um pacote com as chaves e o contracto de arrendamento e teríamos 10 dias para experimentar a casa, após os quais autorizaríamos a agência a libertar o dinheiro para a dona do apartamento.
Assim foi, fizemos o pagamento do primeiro mês de renda (€ 400,00) uma semana antes da data prevista para a viagem (23-01-2010). Assim que o depósito foi feito, recebi um e-mail a acusar a recepção da quantia e a pedir o depósito de mais 400 euros como caução, pedido este a que eu e o meu amigo respondemos com prontidão. E assim, ficámos, com mais um e-mail a acusar a recepção da quantia enviada, a aguardar a chegada do tão desejado pacote. Com a demora, procurei contactar o servoço de apoio a clientes da agência intremediária, afinal já era quarta-feira, a chave ainda não tinha chegado.
Dada a relativa proximidade, os meus famiiares decidiram organizar uma visita à capital espanhola que serviria também para me levar a mim e ás minhas malas. Mas não poderia deixar Portugal sem as chaves da casa cujos 2 primeiros meses de renda já tinha pago.
No dia seguinte recebo uma resposta devastadora do serviço de apoio a clientes da agência: eles não tinham quaisquer agentes, não se dedicavam a esses serviços de mediação de contractos, os e-mails que recebi em nome deles eram de um domínio diferente e eu tinha sido vítima de brula! devia enviar todas as mensagens para o departamento de segurança deles e contactar as entidades de segurança do meu país!
E foi o que fiz, mas não sem antes mal-dizer a minha triste sorte e inocência de acreditar que as vítimas deste tipo de vigaríces terian sempre um perfil bem diferente do meu! O meu chão saiu do sítio e não sabia mesmo onde me agarrar! Tinha acabado de perder 800 eur e nem sequer eram todos meus. É horrível a sensação de ter sido enganada e roubada, especialmente numa situação em que estou prestes a perder, por momentos, a segurança da rotina de todos os dias, dos lugares comuns e da presença das pessoas de sempre. Passámos o dia na PJ, eu e o meu amigo. Decidimos que não valia a pena chorar sobre o leite derramado e no sádado iríamos, como combinado, rumar à terra prometida que já nos estava a causar muitos dissabores! Bola para a frente!